Se eu sou uma menininha com suas garatujas, hoje eu já não
sei colorir,
meus desenhos abstratos estranhos sem tato não vieram de
mim.
A vida exige traços de profissionais, eu não sou ou não
tenho!
Ao tenta-la colorir aparece o exagero.
Tamanha intensidade invade meu peito
e assim eu vivo por sofrer uma dor que não é minha,
um amor que não o meu, moro em lares desabrigados.
Se eu fosse mesmo uma menina, talvez conquistasse tudo mais
ligeiro
e talvez os sentimentos fossem menos efêmeros e mais reais.
Vivendo um dia de
conquista com ar de derrota.
Inverto os valores e perco meu
papel.
Sem lenço, documento, celular e
coração.
O que me pedem eu entrego com
medo, receio e despedida
mas, não espero nada retornar!
Concluo: Não sou mais menina, mas
tenho a mania de garatujar, sem o dom dos riscos e simetria das cores.
Minhas birras são frases longas e
cansativas.
Minha fome é de conhecimento e exacerbo de emoções.
Inspiro-me com beijos e afagos que
vem de longe, mas eu insisto em crer que estão bem perto.