sábado, 13 de abril de 2013

13 estrofes de aço



brinco de ser pequena 
me infiltro em seus espaços. 
quando já aquecida
me projeto, abraço.
suas mãos retribuem 
nos transformam em laços.

coração quebrantado 
juro, já foi aço.
era música sem melodia
agora sou letra e compasso. 
começou só com olhares
dispensou beijos e amassos.

pra preencher o vazio 
fumava maços e maços. 
seu carinho me faz maior 
o sofrer, escasso.
não vivo em solidão
tenho outro par de passos.

por você sou menos poeta 
em seus versos nasço.
lendo essa história inteira
lembrei que de silaba já fui pedaço.
se viver de poesia possível fosse
das suas tenho quase um calhamaço.

se pintura fossemos
obra tipo picasso.
jogada triunfal 
aos 45’ do segundo tempo, golaço.
arquitetura renomada
digna de chamarmos paço.

já me flagelaram outros tantos
mas é por você que renasço.
busquei intensamente ser feliz
beirei o famoso cansaço.
aprendi até negar amor
já a você, nem ameaço.

no tocar dos nossos lábios 
não sinto gosto agraço.
delicio-me com a poupa, o sumo
mas já provei o bagaço.
ampliei meu paladar 
a cada dia o refaço.

somos escrita inconfundível 
como a de torquato tasso.
que reconhecida é
seja no ipad ou no almaço.
não somos mais versos perdidos
nos encontramos houve enlaço.

em nós há paisagem 
compõe-nos areia e agarço.
não desprezamos sensações 
convivemos bem mesmo quando mormaço.
há quem suspeite da nossa grandeza
só porque nos veem baraço.

muito seriamos 
se fossemos colaços,
amizade fiel 
como de júlio cesár e crasso,
ou ligação fundamental
da mão com o braço.

porém somos pequenos
enlace de palhaços
que priorizam a lealdade
nos reconhecemos arapaços.
talvez, órgãos pouco citados, 
mas importantes como o baço.

aos nossos miocárdios
demos ritmo como marca-passos
somos o contemplar durante o dia
a noite o realizar devasso
o despir da timidez 
nos permitimos o desembaraço.

é querendo te agradecer 
que em rimas tortas me embaraço.
e buscado novos verbetes
levo da palavra puaços. 
cansei de compor sozinha
admito, anseio seu traço.