(ilustração Branca Freitas) |
nas
noites em que sua presença é real
e
o meu eu se torna nosso
o
sonho continua sendo o que é
e
a felicidade chega parecendo ser verdade.
nas
manhãs em que seu olhar nasce antes do sol
eu
adormeço meus sentidos com seu calor
perco
a fala, pouco ouço e busco óculos
e
acredito poder amar de verdade.
nos
dias em que o medo e a solidão aparecem,
eu
finjo ter coragem e me escondo atrás de uma postura ereta,
dizeres
complexos, exaustivos e enigmáticos
e
a correnteza parece não findar no interno.
no
dia em que eu conseguir mostrar que ultrapassou o prazer,
que
foi além do passatempo, muito mais que satisfação e gozar
e
não mais necessite do recíproco, mas do fazer entender,
talvez
eu consiga dizer sim ou não.
na
ausência do que finjo ser, se o eu aparecer,
a
dor chegará preenchendo espaços e não haverá outras dúvidas,
e
talvez eu volte a prosseguir enfim, sem pensar no que deixei para trás,
mas
visando o que está ao lado para seguir em frente.
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